aqui estou novamente
em meu berço preferido
arrancando com cuidado
pele dos lábios
descamando cutícula
futucando ferida
inventando razões
sorteando anfitriões
dormi acordada
na vigília
aceitei sem hesitar minha sentença
e embarquei no primeiro apito
o primeiro ato de uma
navelouca rede moinho.
veneno que paralisa
é medo correndo solto
antídoto fracasso.
visgo de sapo, poça de piche
é tudo buraco negro.
soterra no caos das vaidades
de aforismos jurados de verdade
falsa modéstia vertiginosa
arranha até queimar minha voz
por ora não vou te mandar embora
estás convidada a ficar,
tristeza senhora.
6 comentários:
cá estou eu
áspera de cor
trancada no
humor perdido
porque hoje
é domingo.
a tristeza é sem hora
invade
(uma vontade
de ter sido
e não ser
sendo)
caudalosa
e seca tudo
até o vapor
umedecer
as águas
é isso. sem hora. seca tudo até umedecer.
flagelo de ser só unha sem roedor!
o final dela ta high light legal
adorei "visgo de sapo, poça de piche". adoro imagens que só existem aqui dentro.
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